domingo, 23 de agosto de 2009


‘Virtual ou real não importa’

O dia amanheceu, e junto dele, o meu desejo
Por você, e agora, tudo que quero é sentir
Esse amor, que esta crescendo, em mim.

Sei bem, é um amor virtual
Virtual sim, mas tão forte, quanto o real
Um amor, que consome o meu dia
Enchendo minhas noites, de euforia.

Espero, por você toda noite
E quando, aqui você chega
Meu coração estremece
Nesse instante, da vida.

Se real ou irreal, não importa
Tudo que quero, agora, é em segredo ficar
Fechando a tranca, da porta
Para você, me entregar.

Mara Roubert
Publicado no Recanto das Letras em 19/08/2009
Código do texto: T1762445

Estrela um peixinho curioso

Estrela, um lindo peixinho palhaço, ao nascer, teve que aprender todas as artimanhas do grande e imenso mar e aos poucos foi se deixando levar pela curiosidade e esperteza que adquiriu de sua família. Começou nadando lentamente, e viu uma coisa que se parecia com uma planta, colorida e dançante, da qual, os peixes não se aproximavam, achou engraçado. E foi logo perguntando:
- Posso te fazer uma pergunta?
Ela, a criatura estranha, parecia não se importar, e não respondeu.
Ele sem obter resposta alguma pensou:
- Que ser mal-educado!
Com isso, ele foi se aproximando, se aproximando, e quando percebeu, já estava tão perto, que entrou para ver o motivo dos peixes não chegarem perto. Aqueles cabelos que se mexiam com as ondas não pareciam tão assustadores assim. Cansado de tanta brincadeira, parou e pensou:
-Não fugi correndo, sou valente.
Havia bem perto dali, vários outros seres, e um em especial lhe chamou a atenção com uma beleza exótica, parecia uma pedra toda furadinha.
- Olá. Você aí. Pode me responder uma coisa?
-Pode perguntar querido, estou aqui há algum tempo e sei de tudo que se passa em nosso mar, conheço todos em nossa vizinhança. Respondeu.
-Estou feliz onde moro agora, posso comer e ao mesmo tempo me esconder dos peixes maiores que podem me devorar, mas gostaria de saber se esse lugar que escolhi para viver é uma planta ou um animal como eu. Apesar de me deixar ficar não responde as perguntas que faço. Falou Estrela com bastante tristeza.
-Bem, seu amigo como pode ver, não gosta de falar, ele é de poucas palavras. Ele é uma anêmora-do-mar e usa uma substancia nos tentáculos...
-O que são tentáculos?
-Calma. Meu pequeno curioso. Deixe-me terminar de falar para depois me fazer outra pergunta tudo bem? Tentáculos são orgãos que servem como tato e para que ela pegue seus alimentos que ficam grudados através de uma substância grudenta que ficam nas pontas, serve também para que ela perceba quando algo se aproxima. Ela de fato é um animal de natureza belíssima e muito esperta como você pode ver. São animais de varias cores, ficam sempre presos a uma rocha ou algo que lhe de segurança. Podem viver sozinhas ou em colônias, com outras de sua espécie, são uma grande família, tendo diferentes formas. Alimentam-se de peixes pequenos e alguns crustáceos. Quando os outros animais fogem dela, é pelo fato de ela produzir outra substância que a protege de animais que querem devorá-la, mas como pode ver, com você não foi assim.
- por quê?
-Tanto você como os de sua família, tem em sua pele uma substância que não ativa a liberação da substância que a anêmora libera para se proteger, e isso favorece a vocês dois, permitindo que tenham uma boa amizade, você trazendo a comida ela ao comer, deixa uma parte para você também se alimentar sem correr riscos. Viu que legal?
Estrela nem mesmo deu tempo para seu novo amigo respirar e foi logo fazendo uma nova pergunta.
-É mesmo. E você, o que é?
-Eu?
Dona pedra ficou surpresa e meio sem jeito para responder a essa nova questão.
-Sou uma Esponja (Respondeu orgulhosa). Tenho também uma grande família. Sei que pareço com uma pedra pelos furos que tenho em minha pele. Esses furos são orifícios que me ajuda a me alimentar, respirar, viver com movimentos de entrada e saída de água, portanto, é a minha boca. Não possuirmos órgãos de locomoção, nem músculos ou ossos, nossas células realizam varias funções, cumprindo todas as funções necessárias para nossa sobrevivência. Temos um poder regenerativo, que em caso de ser mordida ou qualquer outro motivo perdermos uma parte de nosso corpo, ele se reconstitui novamente. Normalmente vivemos presos a uma rocha, como seu amigo anêmora.
Estrela escutava atentamente, e já havia formado em sua cabeçinha, milhões de outras perguntas. Der repente, Estrela viu passar em sua cabeça, seres transparentes e brilhantes, piscavam luzes coloridas, chamando atenção por onde passavam. Novamente ele recorreu à sabedoria de dona Esponja.
-dona Esponja! Dona Esponja! O que é aquilo brilhando?
-São os Ctenóforos. São seres que liberam suas luzes através de varias células sensoriais de suas mucosas, na verdade, são glândulas que liberam essas luzes. É uma maneira de eles atraírem seus alimentos. São carnívoros, se alimentam de zooplâncton, água-vivas e pequenos crustáceos, são como nós. Eles se parecem muito com as medusas, seres que você ainda irá conhecer.
-Dona Esponja. Sua sabedoria me deixa feliz. Será que um dia serei tão inteligente quanto à senhora?
-do jeito que é curioso... Respondeu, rindo.
Estrela tem muito a aprender, muitos caminhos a percorrer, mas com certeza dona Esponja estará sempre por perto para responder todas as perguntas que Estrela ainda fará.
-Dona Esponja, dona Esponja...

Mara Roubert
Publicado no Recanto das Letras em 20/08/2009
Código do texto: T1764210

sábado, 22 de agosto de 2009


“Apenas um amigo presente...”

Hoje preciso de um amigo que saiba ser amigo...
Que possa entender o que sinto de tão grande em meu ser...
Um amigo que escute tudo... Que tenho pra dizer...
Que não pergunte nada... Que não tenha resposta...

Hoje desejo ter um amigo especial... Um amigo presente...
Que olhe pra mim e simplesmente diga... Estou aqui...
Um amigo que de a certeza... Que tudo logo vai passar...
Que mostre o caminho... Que já não encontro sozinha...

Hoje desejo e preciso urgentemente de um amigo...
Que não me olhe... Que não me sinta... como mulher...
Um amigo simplesmente, infinitamente... Que me escute...
Que não julgue meu comportamento... Nem meu sofrimento

Hoje senti um desejo enorme em ouvir a voz de um amigo...
Desejo e preciso urgentemente, mas não serve qualquer amigo...
Preciso infinitamente de você... Meu grande amigo...
Só você entende... Apenas você conhece... Meus caminhos.

Mara Roubert
Publicado no Recanto das Letras em 06/08/2009
Código do texto: T1740368

Nessa vida pedi um tempo.

Até onde minha poesia pode alcançar
Se minha alma vaga por tantos mundos
Se meu sentir não deseja daqui sair
Se não entende... Não quero ser irregular.

Até onde posso ir com minha poesia
Se me invade não respeitando meu espaço
Esse é meu mundo... Pouquinho... Que conheço
Sei que muito já vaguei e quero... Descansar.

Nessa vida pedi um tempo... Nessa vida...
Que não tenho paz... Em cada segundo a presença...
Constante... Faz pesar em meu corpo tão frágil...
Atenda ao meu pedido preciso de paz... Aqui e agora.

Preciso respirar... Devolva meu ar... Quero viver...
Veja o quanto me machuca... E nada conseguirá...
Sabe bem que posso me trancar em meu mundo
E nele não mais poderá entrar... Atenda ao meu pedido

Não é agindo assim... Que terá minha atenção.
Sei de sua aflição sinto o que sente... Em seu coração
Sei de suas dores e mágoas... Sei o quanto dói...
Estou aqui como sempre estive, mas não me pese.

Desejo agora que... Você... Minha poesia possa alcançar.
Entenda você que é parte de mim... Assim sempre vai ser
Até o momento que a dor acabar... E crescimento alcançar.

Mara Roubert
Publicado no Recanto das Letras em 22/08/2009
Código do texto: T1767493

“Em sonhos perdidos...”

Quando surgiu, alegrou o meu coração.
Abracei-te, com carinho quase infantil
Procurando em você, tudo o que me faltava
E você, nada me ofereceu e partiu...

Procurei então, fugir de mim, para não mais sofrer
Era tarde demais, já estava desejando seu cheiro, seu gosto
Desejei então, acabar com seu cheiro, em minha alma
Passei a sentir outros gostos, para esquecer seu gosto

E, assim, fui me perdendo, em braços sem sonhos
Em sonhos perdidos, tentando encontrar, o que nunca tive
O desejo, consumindo minha alma, em cada pensamento
Procurando, em você, tudo o que me faltava, perdi-me.

Hoje, não procuro mais esquecer, seu cheiro, seu gosto
Ao longo de minha procura, eles foram se perdendo
Em sonhos perdidos, encontrei-me em muitos braços
Procurando seus beijos, encontrei-me em muitas bocas.

Quando partiu, levou junto o meu coração
De sonhos perdidos, renasci para novos sonhos
Todos os cheiros e gostos, não serão esquecidos
Procurando em sonhos perdidos, você... Descobri-me.
Mara Roubert
Publicado no Recanto das Letras em 13/08/2009
Código do texto: T1752200

“Meu pote de mel...”

Desejos... Vou sentindo, por você
Perco-me em sonhos ao te, imaginar
Sentir suas mãos, no meu mais intimo, chegar
Desejo estremecer, com seus beijos, em meu corpo.

Em seu corpo viajar, por lugares, ocultos
Desejo te sentir, buscando em mim, algo mais
Quero te dar, todas as estrelas, sem limites
Dar-te a Lua, o Sol e o infinito.

Ofertar-te, cada grãozinho da areia, do mar
Quero de você, nesse instante o amor, mais bonito
Se for sexo e paixão, agora aqui, não importa
Tudo que quero, é a ti, me entregar.

Em sua boca me deliciar, e delirar ao te, receber
Teu cheiro me vem para, aguçar
O desejo que deseja, aflorar.

Mara Roubert
Publicado no Recanto das Letras em 22/08/2009
Código do texto: T1767483

Patricia e a macieira.

No jardim de infância, em um lindo dia ameno de primavera, na hora do recreio, a barriga de Patricia roncou, então, em sua lancheira procurou, procurou e nada encontrou
Ficou tentando imaginar o que aconteceu com seu lanchinho tão gostosinho
Que ali devia estar, mas não estava e Patricia, começou a chorar.
Num instante, uma voz bem baixinha, Patricia escutou...
- Não fique triste! Não chore!
Patricia ao tentar descobrir de onde vinha a voz, notou que estava no jardim
Nem se deu conta que, procurando na lancheira, seu lanchinho, andou e andou
Então Patricia a voz perguntou...
- Quem é você? Foi você quem pegou o meu lanchinho?
A voz então respondeu...
- Não. Não peguei o seu lanchinho, ele fugiu de você
Patricia assustada perguntou...
- Como? Meu lanchinho não tinha pernas, era uma gostosa maçãzinha que minha mamãe lavou bem lavadinha, embrulhou em um lencinho e colocou na lancheirinha.
Foi nesse instante que Patricia viu seu lencinho em uma graminha bem pertinho de uma linda árvore. Patricia se aproximou e o lencinho pegou, como nada entendia, perguntou...
- Quem é você? Por que não te vejo? Como meu lencinho aqui veio parar?
A voz então respondeu... - Linda menina, olha! Estou aqui bem na sua frente!
Patricia olhou, olhou e ninguém viu. Aí falou irritada...
- Pare de brincar! Não vejo ninguém.
A voz finalmente se identificou.
- Sou eu aqui a árvore quem contigo fala Patricia, e se olhar, ali bem adiante vai ver um buraquinho no gramado, e lá dentro o seu lanchinho, mas antes de pega-lo pense bem Patricia, pois seu lanchinho veio até aqui porque, deseja em uma bela árvore se tornar. Patricia olhou, pensou e sua barriguinha roncou.
Ela lembrara então, algo que sua professora de ciências falou, que uma plantinha para bem nascer, precisa de terra, água, Sol e muito amor. Então Patricia a dona árvore, perguntou...
- Dona árvore e se eu comer minha maçazinha e colocar as sementinhas ali no buraco, cobrir com terra, colocar água todos os dias e falar para ela sempre que gosto dela? Ela nasce?
Dona árvore respondeu que sim. Então Patricia assim o fez, todo dia na hora do recreio dava uma passadinha para regar sua amiga sementinha, que foi rapidinho tornando-se plantinha, lindinha e verdinha. E com o crescer da plantinha o tempo foi passando, Patricia uma moçinha se tornando, mas sem saber bem por que, não escutava mais dona planta falar, e foi ficando triste. Até que em um belo dia, sentada entre as duas plantas ouviu uma voz. Seu coração em um salto, de alegria imaginou ser dona árvore a falar, mas qual foi sua surpresa ao ver que era sua linda plantinha quem com ela falava...
- Patricia, minha Patricia, não fique triste, por não ouvir dona árvore falar, ela fala sempre contigo, mas você é quem não entende mais o seu falar...
- Patricia minha amiga você esta crescendo e também não vai mais me escutar, mas entes que isso aconteça quero te agradecer, e falar, o tempo vai passar não fique triste com isso é assim que tem que ser, mas lembre-se amiguinha tão amada sempre que ouvir o vento passar, junto dele minha voz vai estar, falando pra você todos os dias que te amo, mesmo que não me entenda, ainda assim, vou estar te falando.
Patricia olhando para sua amiga árvore. Falou...
- Sempre irei te ouvir, pois agora entendo. Posso ver e sentir cada carinho seu por mim. Através das folhas, que caem com o vento, e toca minha pele, das flores lindas que vejo, em seus galhos, me faz feliz, as frutas tão docinhas, que matando minha fome, o frescor que sinto, ao me sentar em sua sombra, tudo isso e muito mais, me faz ver e sentir que você me ama, e estará sempre aqui, esperando por mim.
Nesse instante, o vento ameno de primavera soprou.
Patricia a sua amiga árvore abraçou e falou...
- Amiga macieira linda e faceira, saiba linda macieira para sempre, irei te amar.
Dito e feito, os anos se passaram. Patricia casou-se, seus filhos nasceram e ela envelheceu.
Em um lindo dia ameno de primavera, desejou como em tantos outros dias, na sombra da macieira deitar e descansar e descansou... Sua amiga, com lagrimas em forma de folhas e flores a cobriu, a partir desse instante as duas em uma, se tornou.

Mara Roubert
Publicado no Recanto das Letras em 19/08/2009
Código do texto: T1762987

Ondas

Sentada aqui sozinha, olhando
As ondas do mar, quebrando
Em cada quebrar, da onda do mar
O tempo vai passando.

Ao longe, um barqueiro vai remando
Seu barquinho a pele da água do mar, cortando
Enquanto o barqueiro, o barquinho vai remando
Os amantes a beira do mar, vão se olhando, se amando

Os pássaros no céu voando, o vento soprando
À tarde terminando, o céu num brilho de ouro, anunciando
Que a noite esta chegando.

As ondas vão quebrando, eu me encantando, com a espuma
Que faz ao quebrar, as ondas do mar, me pego a imaginar
Quantos no mundo tal prazer, podem ter
Em ver as ondas quebrar, as ondas do mar.

Mara Roubert
Publicado no Recanto das Letras em 20/08/2009
Código do texto: T1764401
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