sábado, 22 de agosto de 2009


Patricia e a macieira.

No jardim de infância, em um lindo dia ameno de primavera, na hora do recreio, a barriga de Patricia roncou, então, em sua lancheira procurou, procurou e nada encontrou
Ficou tentando imaginar o que aconteceu com seu lanchinho tão gostosinho
Que ali devia estar, mas não estava e Patricia, começou a chorar.
Num instante, uma voz bem baixinha, Patricia escutou...
- Não fique triste! Não chore!
Patricia ao tentar descobrir de onde vinha a voz, notou que estava no jardim
Nem se deu conta que, procurando na lancheira, seu lanchinho, andou e andou
Então Patricia a voz perguntou...
- Quem é você? Foi você quem pegou o meu lanchinho?
A voz então respondeu...
- Não. Não peguei o seu lanchinho, ele fugiu de você
Patricia assustada perguntou...
- Como? Meu lanchinho não tinha pernas, era uma gostosa maçãzinha que minha mamãe lavou bem lavadinha, embrulhou em um lencinho e colocou na lancheirinha.
Foi nesse instante que Patricia viu seu lencinho em uma graminha bem pertinho de uma linda árvore. Patricia se aproximou e o lencinho pegou, como nada entendia, perguntou...
- Quem é você? Por que não te vejo? Como meu lencinho aqui veio parar?
A voz então respondeu... - Linda menina, olha! Estou aqui bem na sua frente!
Patricia olhou, olhou e ninguém viu. Aí falou irritada...
- Pare de brincar! Não vejo ninguém.
A voz finalmente se identificou.
- Sou eu aqui a árvore quem contigo fala Patricia, e se olhar, ali bem adiante vai ver um buraquinho no gramado, e lá dentro o seu lanchinho, mas antes de pega-lo pense bem Patricia, pois seu lanchinho veio até aqui porque, deseja em uma bela árvore se tornar. Patricia olhou, pensou e sua barriguinha roncou.
Ela lembrara então, algo que sua professora de ciências falou, que uma plantinha para bem nascer, precisa de terra, água, Sol e muito amor. Então Patricia a dona árvore, perguntou...
- Dona árvore e se eu comer minha maçazinha e colocar as sementinhas ali no buraco, cobrir com terra, colocar água todos os dias e falar para ela sempre que gosto dela? Ela nasce?
Dona árvore respondeu que sim. Então Patricia assim o fez, todo dia na hora do recreio dava uma passadinha para regar sua amiga sementinha, que foi rapidinho tornando-se plantinha, lindinha e verdinha. E com o crescer da plantinha o tempo foi passando, Patricia uma moçinha se tornando, mas sem saber bem por que, não escutava mais dona planta falar, e foi ficando triste. Até que em um belo dia, sentada entre as duas plantas ouviu uma voz. Seu coração em um salto, de alegria imaginou ser dona árvore a falar, mas qual foi sua surpresa ao ver que era sua linda plantinha quem com ela falava...
- Patricia, minha Patricia, não fique triste, por não ouvir dona árvore falar, ela fala sempre contigo, mas você é quem não entende mais o seu falar...
- Patricia minha amiga você esta crescendo e também não vai mais me escutar, mas entes que isso aconteça quero te agradecer, e falar, o tempo vai passar não fique triste com isso é assim que tem que ser, mas lembre-se amiguinha tão amada sempre que ouvir o vento passar, junto dele minha voz vai estar, falando pra você todos os dias que te amo, mesmo que não me entenda, ainda assim, vou estar te falando.
Patricia olhando para sua amiga árvore. Falou...
- Sempre irei te ouvir, pois agora entendo. Posso ver e sentir cada carinho seu por mim. Através das folhas, que caem com o vento, e toca minha pele, das flores lindas que vejo, em seus galhos, me faz feliz, as frutas tão docinhas, que matando minha fome, o frescor que sinto, ao me sentar em sua sombra, tudo isso e muito mais, me faz ver e sentir que você me ama, e estará sempre aqui, esperando por mim.
Nesse instante, o vento ameno de primavera soprou.
Patricia a sua amiga árvore abraçou e falou...
- Amiga macieira linda e faceira, saiba linda macieira para sempre, irei te amar.
Dito e feito, os anos se passaram. Patricia casou-se, seus filhos nasceram e ela envelheceu.
Em um lindo dia ameno de primavera, desejou como em tantos outros dias, na sombra da macieira deitar e descansar e descansou... Sua amiga, com lagrimas em forma de folhas e flores a cobriu, a partir desse instante as duas em uma, se tornou.

Mara Roubert
Publicado no Recanto das Letras em 19/08/2009
Código do texto: T1762987

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